Para rachar a gasolina,
emprestar a prancha, recomendar um disco,
dar carona para festa, passar cola,
caminhar no shopping, segurar a barra?
Todas as alternativas estão corretas,
porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade",
que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória
e para a integridade do próprio eu.
Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho,
que através deles podemos nos olhar.
Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade,
aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.
Verdade verdadeira.
Amigos recentes custam a perceber essa aliança,
não valorizam ainda o que está sendo contraído.
São amizades não testadas pelo tempo,
não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades
ou se serão varridos numa chuva de verão.
Veremos.
Um amigo não racha apenas a gasolina:
racha lembranças, crises de choro, experiências.
Racha a culpa, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha.
Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo,
empresta o calor e a jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um disco.
Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas para festa.
Te leva para o mundo dele, e topa conhecer o teu.
Um amigo não passa apenas cola.
Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping.
Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
Um amigo não segura a barra, apenas.
Segura a mão, a ausência, segura um confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem.
Se tiver um, amém !
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Herbert Viana
45 anos de vida com v maiúsculo. Vocalista e guitarrista de uma das principais bandas do Brasil, Herbert Viana nasceu na Paraíba em 4 de maio de 1961. Ainda na infância, mudou-se com a família para Brasília, onde montaria o grupo Paralamas do Sucesso nos anos 80. A banda que virou ícone do rock brasileiro foi inspirada pela sonoridade de grupos como The Police, The Beat e The Specials, que reciclavam os ritmos criados na Jamaica.
A história do líder dos Paralamas pode ser resumida à duas palavras: talento e superação. A primeira palavra está presente em toda a sua obra, que é recheada de sucessos inegáveis. Mas, a superação necessária para que Herbert superasse o acidente de ultraleve, em 2001, mostra a força deste músico. O pequeno avião em que Herbert e sua mulher voavam sobre o litoral carioca teve uma pane e caiu no mar, vitimando Lucy Viana.
No acidente o cantor teve hemorragia no crânio, e foi submetido à cirurgia emergencial de grande risco. Por muitos meses o cantor ficou internado, oscilando entre o estado de coma e uma difícil recuperação de memória, já que o mesmo mal lembrava seu próprio nome, além de ter ficado paraplégico superando todas as expectativas em relação à sua recuperação.Mas, como grande vencedor, ele deu a volta por cima e, um ano após a tragédia, já estava nos estúdios com os companheiros Bi Ribeiro e João Barone, gravando o novo CD dos Paralamas. A avaliação médica surgiu como um alívio e, ao mesmo tempo, como um trauma, já que Herbert tornara-se paraplégico, mas sem prejuízos em funções cerebrais, como a linguagem, a escrita, a inteligência, a criatividade e a motivação.
Como compositor principal do Paralamas do Sucesso, Herbert ajudou a reformular a música nacional, trazendo novos ares à juventude da década de 80. Em 1983, o novato grupo de rock lançou o disco "Cinema Mudo", que teve como grandes hit a música "Vital e sua moto". O segundo LP, "O passo do Lui", de 1984, consolidou a posição do grupo como dos mais criativos do pop-rock brasileiro, incluindo sucessos como "Óculos", "Meu erro", "Romance ideal" e "Me liga". O trio gravou muitos outros discos e Herbert ainda lançou dois CDs solo: "É Batumare" (1993) e "Santorini Blues" (1997).
O Paralamas do Sucesso teve idas e vindas, assim como todo bom grupo de rock. Em 2000, a reunião dos músicos criou o álbum "O Som do Sim", que contou com participações ilustres, como Cássia Eller, Nana Caymmi, Sandra de Sá e Marcos Valle.
Curiosidades:
- Herbert já trabalhou como despachante de carga da Transbrasil no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
- Em 1985, ele fez uma cirurgia para corrigir a miopia e deixou de lado o problema que inspirou um dos maiores sucessos da banda: a música Óculos.
- A música Tribunal de bar, do disco Os Grãos, é uma homenagem de Herbert para ele mesmo. Certa vez o cantor estava no bar Jazzmania, no Rio de Janeiro, e subiu ao palco para dar uma canja no show de um amigo. Mas estava bêbado, se atrapalhou e o público, inclemente, vaiou sem dó. Ele ficou irritado e baixou as calças. Logo a história percorreu rodas e rodas de bares
- Herbert Vianna foi quem sugeriu o nome do grupo Biquini Cavadão.
- Herbert Vianna foi quem sugeriu o nome do personagem "Paralaminha" de Maurício de Sousa. O personagem é um garoto deficiente físico.
A história do líder dos Paralamas pode ser resumida à duas palavras: talento e superação. A primeira palavra está presente em toda a sua obra, que é recheada de sucessos inegáveis. Mas, a superação necessária para que Herbert superasse o acidente de ultraleve, em 2001, mostra a força deste músico. O pequeno avião em que Herbert e sua mulher voavam sobre o litoral carioca teve uma pane e caiu no mar, vitimando Lucy Viana.
No acidente o cantor teve hemorragia no crânio, e foi submetido à cirurgia emergencial de grande risco. Por muitos meses o cantor ficou internado, oscilando entre o estado de coma e uma difícil recuperação de memória, já que o mesmo mal lembrava seu próprio nome, além de ter ficado paraplégico superando todas as expectativas em relação à sua recuperação.Mas, como grande vencedor, ele deu a volta por cima e, um ano após a tragédia, já estava nos estúdios com os companheiros Bi Ribeiro e João Barone, gravando o novo CD dos Paralamas. A avaliação médica surgiu como um alívio e, ao mesmo tempo, como um trauma, já que Herbert tornara-se paraplégico, mas sem prejuízos em funções cerebrais, como a linguagem, a escrita, a inteligência, a criatividade e a motivação.
Como compositor principal do Paralamas do Sucesso, Herbert ajudou a reformular a música nacional, trazendo novos ares à juventude da década de 80. Em 1983, o novato grupo de rock lançou o disco "Cinema Mudo", que teve como grandes hit a música "Vital e sua moto". O segundo LP, "O passo do Lui", de 1984, consolidou a posição do grupo como dos mais criativos do pop-rock brasileiro, incluindo sucessos como "Óculos", "Meu erro", "Romance ideal" e "Me liga". O trio gravou muitos outros discos e Herbert ainda lançou dois CDs solo: "É Batumare" (1993) e "Santorini Blues" (1997).
O Paralamas do Sucesso teve idas e vindas, assim como todo bom grupo de rock. Em 2000, a reunião dos músicos criou o álbum "O Som do Sim", que contou com participações ilustres, como Cássia Eller, Nana Caymmi, Sandra de Sá e Marcos Valle.
Curiosidades:
- Herbert já trabalhou como despachante de carga da Transbrasil no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
- Em 1985, ele fez uma cirurgia para corrigir a miopia e deixou de lado o problema que inspirou um dos maiores sucessos da banda: a música Óculos.
- A música Tribunal de bar, do disco Os Grãos, é uma homenagem de Herbert para ele mesmo. Certa vez o cantor estava no bar Jazzmania, no Rio de Janeiro, e subiu ao palco para dar uma canja no show de um amigo. Mas estava bêbado, se atrapalhou e o público, inclemente, vaiou sem dó. Ele ficou irritado e baixou as calças. Logo a história percorreu rodas e rodas de bares
- Herbert Vianna foi quem sugeriu o nome do grupo Biquini Cavadão.
- Herbert Vianna foi quem sugeriu o nome do personagem "Paralaminha" de Maurício de Sousa. O personagem é um garoto deficiente físico.
Assinar:
Postagens (Atom)